
Metodologia INTERA
Características
A modelagem do aplicativo é caracterizada como Objeto de Aprendizagem (OA), na categoria software, que, segundo Braga (2014) trata-se de componentes digitais, catalogados e disponibilizados em repositórios na Internet, podendo ser reutilizadas para o ensino.
Seguiremos a metodologia INTERA (Inteligência, Tecnologias Educacionais e Recursos Acessíveis), proposta pelo grupo de pesquisa da UFABC (Universidade Federal do ABC), para amparar o processo de criação, planejamento e validação, que considera no seu processo a diversidade de formações de profissionais, teorias pedagógicas, e para a construção dos Objetos de Aprendizagem:
"A metodologia INTERA é uma metodologia iterativa, que sugere o “ir e vir” em suas etapas. A metodologia INTERA considera o processo de desenvolvimento de OAs como sendo um projeto e por isso ela também contempla que o ciclo de vida de um OA defina as fases que conectam o início de um projeto de desenvolvimento de OA ao final". (BRAGA, 2015, p. 29).
Esta metodologia é considerada um alicerce de processos para a criação e desenvolvimento de qualquer tipo de conteúdo digital utilizado no ensino e aprendizagem, portanto, é factível a qualquer tipo de OA, independente de sua granulidade, tamanho ou complexidade. Ela considera os seguintes componentes: fases, papéis, etapas e artefatos.
As fases são os períodos que as etapas podem pertencer, sendo inicial, intermediária e final. Os papéis descrevem como as pessoas se comportam e quais as funções. As etapas são as coleções das atividades relacionadas a uma área de interesse principal. Os artefatos são os dados gerados pela equipe envolvida no processo de criação ao OA.
As etapas da metodologia são:
- Contextualização: indicação do contexto pedagógico a ser aplicado;
- Requisitos: definição características técnicas e pedagógicas do OA;
- Arquitetura: análise dos requisitos que resultará no rascunho do OA,
- Desenvolvimento: desenvolvimento do OA;
- Testes e qualidade: validações técnicas e pedagógicas;
- Disponibilização: publicação do OA;
- Avaliação: aplicação do objeto em sala de aula;
- Gestão de projetos: análise dos custos, cronograma e envolvidos no processo;
- Ambientes e padrões: realizações de backups e controle de versionamento;
Portanto a confecção e validação do objeto de aprendizagem obedecerá todas as fases propostas nesta metodologia, afim de suprir desde a concepção, entrega e coleta dos dados através de artefato específico previsto na metodologia INTERA.
Participantes da Pesquisa
A pesquisa será aplicada no curso Técnico em Cozinha na modalidade EJA no Câmpus Goiânia do Instituto Federal de Goiás, que cursam a disciplina de Alimentos e Bebidas do Cerrado, no primeiro semestre de 2023.
Coleta de Dados
Considerando a fase de validação da tecnologia INTERA, na qual prevê a aplicação, subdividindo esta em três partes principais, do OA, (explicado no próximo item "Análise de Dados") e a contribuição de Silva (2011) que sugere a técnica de “observação dos usuários na prática”, através da observação da utilização do OA pelos sujeitos em sala de aula, por meio de questionários ou entrevistas, obtendo opiniões a cerca da validade tanto para o ensino quanto para a aprendizagem, a coleta de dados será obtida através do último artefato do ciclo de trabalho sugerido pela metodologia INTERA, através de questionário aos alunos e professores.
Análise de Dados
Para a avaliação dos objetos de aprendizagem, segundo Braga (2015), podem-se distinguir ao menos dois níveis de avaliação pedagógica: um referente ao aprendizado do aluno, avaliando o quanto ele aprendeu com o OA; outro, referente ao ensino, avaliando as possibilidades de trabalho e reutilização do OA em outros contextos pedagógicos.
A validação do OA será realizada através da etapa de avaliação, última etapa, na qual o objeto desenvolvido é aplicado em sala de aula para ser avaliado dentro da perspectiva pedagógica. Nesta, Braga (2015), sugere trabalhar com o artefato de avaliação pedagógica, no qual é composto por três partes principais: pré-avaliação, pré-atividade aplicada antes da interação do aluno com a OA, para diagnosticar o nível de conhecimento deste; aplicação do OA, descrever como será a interação com o OA, indicar os pré-requisitos e definir os critérios de avaliação; pós-avaliação, após a interação com o OA, aplicação de outra avaliação ou questionário para determinar se a aplicação do OA contribuiu para o aprendizado.
Portanto, a pesquisa da avaliação geral da contribuição do OA será qualitativa, através de artefatos a serem preenchidos pelos alunos e professores após a interação com o objeto em sala de aula, avaliando-o como um todo, levando em consideração suas qualidades e limitações.
Para consultar a metodologia, pesquisadores, jogos, projetos, vídeos, objetos de aprendizagem desenvolvidos, publicações e contato, acesse o site oficial.
Referências
Figura 02: https://dtcom.com.br/wp-content/uploads/2017/05/objetos-aprendizagem-destaque.png
BRAGA: BRAGA, Juliana Cristina. Objetos de Aprendizagem: introdução e fundamentos. Santo André: Editora da UFABC, 2014. 148p. v.1.
BRAGA: BRAGA, Juliana Cristina. Objetos de Aprendizagem: metodologia de desenvolvimento. Santo André: Editora da UFABC, 2015. 163p. v.2.
SILVA: SILVA, Robson Santos da. Objetos de aprendizagem para educação a distância. São Paulo: Novatec, 2011.
